segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

ATO I: Dos Meros Acasos

Cena VII
Dos Devaneios

Caminhando através da noite obscurecida pelos sonhos desfeitos em uma névoa de desilusões, com o amargo aroma da derrota, que penetra pelos poros e corroí a alma, machuca o peito e gela o coração. Tomado por essa falta de sentimentos que afinal nunca existiram, só a intenção de um dia podermos ser algo que nem sequer estaríamos preparados para manter. Criamos mascaras de imagens caricatas zombando de nossa eterna decadência, visível por toda a eternidade. Fingimos que gostamos do que odiamos para assim podermos odiar o que amamos com a consciência limpa e a certeza de que tudo será destruído no final, afinal de contas começamos com o pé esquerdo dentro desse infinito mar de tristezas, salgado pelas lagrimas derramadas, diante de todo o sofrimento provocado pelo medo de sofrer. Sangue, suor e dor se misturam numa massa indistinta de solidão e desespero chamada "Ser Humano". Não faço sentido no que falo, mas sinto tudo que os sentimentos insistem em ocultar, vou gritar aos quatro ventos que a sanidade que me resta me foi roubada, por aqueles que querem calar a única voz sã do mundo. De hoje em diante, que se saiba em toda a mente humana, nada é, assim como nada será alem daquilo que nunca foi.

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